Queridos,
Um texto interessante para refletirmos sobre este papel maravilhoso, árduo, individual e social que assumimos quando nos tornamos pai e mãe.
No início do texto quando fala em estarmos envolvidos, apoiarmos as crianças, entendo que não quer dizer fazermos por elas ou mesmo encontrarmos sempre a "melhor solução" para seus desafios diários no aprendizado como: amarrar os sapatos depois dos 5/6 anos, limpar o bumbum no nº 2, dar comida na boca, carregar tudo para a criança, vesti-la, etc...
O fato é que nossa pressa e inúmeros afazeres muitas vezes, nos distraem de nossa presença efetiva na lida com nossos filhos e coisas simples e que deveriam ser objetivas, nos escapam ou simplesmente preferimos deixar passar para não enfrentar a birra e a resistência dos pequenos. A repetição é cansativa mas é um caminho afirmativo nesta época onde as crianças parecem não ter ouvidos para os adultos desde cedo, pois ao falarmos talvez não conseguimos ser totalmente convincentes. Será que estamos realmente convencidos internamente de alguns limites que muitas vezes custam nosso último gás?
Quando adultos todos almejamos ter força e presença de espírito nas situações infinitas que a vida oferece, e esta atitude é forjada desde o início quando a criança encontra em seu pai e mãe um porto seguro ao ouvir e receber diariamente: "EU!"
Ser um EU digno de ser imitado é difícil hoje em dia, pois estamos inseguros e distraídos, as crianças são tão cheias de vontades e humores, são tão espertas e acordadas desde cedo e isto nos encanta e nos amolece. Elas argumentam e questionam nossas orientações desde os 3 anos, precisam decidir se irão colocar meias, sapatos, casacos, qual a cor da calça e da blusa, se vão comer ou não vão comer no café da manhã, se querem ou não ir tomar banho, escovar os dentes, quantas e qual história será contada antes de dormir e por aí vai...
Onde firmamos nossas condutas? A quem eu sirvo neste mundo? Onde encontramos força para sustentar nossas atitudes?
Vejo as crianças muitas vezes desvitalizadas por terem de dar conta destas "pequenas" responsabilidades que na verdade dizem respeito aos pais, decidir é papel dos pais e confiar é o desejo das crianças.
Muitas crianças permanecem neste estado de sonho, dispersivas e resistem em aceitar os acordos e o tempo de uma coisa e outra (brincar e depois guardar, por exemplo). De nossa parte, é necessário apoiá-las em chegar, aterrizar neste mundo, pois sabemos que o desenvolvimento do tato nesta época tem muito a ver com os limites dados.... Eu tateio, eu sinto, eu vou até aqui e ali está ou outro, a outra coisa. O tato da infância transforma-se na vida adulta no tato social... Sim, é bom ficar neste brincar ou estado confortável, gostoso, quentinho. Mas a vida também exige, também esfria, também desconforta e causa incômodos e nossa resiliência nestas situações está alicerçada na infância genuína e viva, inserida no dia a dia familiar com seus altos e baixos.
Cuidar de uma criança hoje em dia talvez seja a maior tarefa que os seres humanos carregam, pois temos tantas informações e explicações mas tão pouca certeza! A intuição combinada com nossas referências familiares ou tradicionais muitas vezes já não servem e ficamos aflitos pois precisamos responder, sermos responsáveis a todo momento, e também queremos ser pais e mães legais, modernos, abertos...
Não há receitas e nem modelos, no coração de cada um encontra-se um calor que aponta quando exageramos ou negligenciamos nossa presença...
O fato é que como pais e mães estamos todos no mesmo barco!
Por: Danielle Micheline Wagner

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